domingo, 30 de janeiro de 2011
sonho
Tem aqueles momentos em que estou forte e sei que vai ficar tudo bem. Em outros a saudade é tão grande que parece que vai me engolir.
Hoje de manhã eu tive um sonho estranho. Sonhei que íamos todos almoçar no shopping e que queria ir no carro do meu tio com ele e com o meu pai. Mas aí ao invés disso meu tio deu as chaves do carro pra minha prima e pras amigas dela e ele e meu pai iriam no carro dos meus avós. Eu fiquei brava e quis descer do carro. Peguei meu telefone e fiquei tentando ligar para o meu pai mas eu não conseguia discar, eu sabia o número mas não conseguia digitá-lo da maneira certa.
Então fui até a casa da vizinha e pedi que ela ligasse pra ele mas eles também não conseguiram. Ficamos lá conversando e então meu pai chegou, mas era estranho porque sabíamos que ele estava ali e o víamos ali mas ninguém falava com ele. Eu ainda tentei explicar porque não tinha ido com a minha prima mas ele não respondia nada... só ficava ali parado sem dizer uma palavra.
E depois eu acordei. Bizarro.
sábado, 15 de janeiro de 2011
vídeo
Meu pai adorava cozinhar. Seu grande hobby era testar receitas novas e assistir vídeos e tutoriais de programas de culinária na net. Nos últimos anos meu pai se superou na culinária, assim como se superou na medicina.
Dia 15 de novembro era aniversário do irmão dele (meu tio) e nós fizemos um churrasco para comemorar. E o outro irmão dele (meu outro tio, dã!) havia comprado uma câmera nova e imagina se esta não foi a brincadeira da festa... A minha intenção era fazer um vídeo ensinado o tempero com instruções e tudo. Mas como esse vídeo tem a voz dele e um pouquinho do seu rosto eu mudei de idéia e resolvi deixar como está. Nem editei nada.
Bem, olha aí! (se você quiser, é claro)
saudades, saudades...
Dia 15 de novembro era aniversário do irmão dele (meu tio) e nós fizemos um churrasco para comemorar. E o outro irmão dele (meu outro tio, dã!) havia comprado uma câmera nova e imagina se esta não foi a brincadeira da festa... A minha intenção era fazer um vídeo ensinado o tempero com instruções e tudo. Mas como esse vídeo tem a voz dele e um pouquinho do seu rosto eu mudei de idéia e resolvi deixar como está. Nem editei nada.
Bem, olha aí! (se você quiser, é claro)
saudades, saudades...
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
vessel
Como boa fã de Supernatural eu acabo colocando na minha vida alguns dos conceitos da série. Um que tem me acompanhado desde que meu pai morreu é o conceito de vessel.
Um vessel é um corpo que um espírito pode tomar/ocupar ou ainda, traduzido para o português, é um receptáculo. Então. Um receptáculo, ok? Durante todo o tempo em que meu pai esteve no hospital eu podia sentir a presença dele ali, estando ele acordado (óbvio! dããã) ou inconsciente. Pra mim, a essência dele era palpável pra mim e nós sempre tivemos uma certa habilidade de conversar por monossílabos e olhares. Então ele morreu...
E teve o velório. E lá naquele lugar eu não conseguia sentir meu pai, não conseguia me conectar com ele e aquele corpo lá no caixão deixou de ser ele. Assim como seu túmulo no cemitério, eu não sinto absolutamente nada quando vou lá. Mesmo no momento do enterro, que eu achei que iria me chocar muito, não foi o que eu esperava. Ainda falei isso pra minha irmã na hora e ela concordou comigo que ele não estava lá.
Me lembro de chegar em casa após o funeral e pensar: "Uau! Jesus vai ter um baita festa de aniversário amanhã, com meu pai preparando focaccias pra ele". Bem, você pode concordar comigo neste ponto ou não. Mas religião e fé são coisas muito particulares e não é o objetivo deste post discutir o que acontece quando se morre. Mas bem... eu acredito que é isso.
Levei minha vó (mãe do meu pai) ao cemitério ontem e o apego dela com o túmulo e com aquele vessel me deixa enjoada. E eu me irrito em perceber que por mais que eu fale pra ela que ele não está ali ela não muda seu comportamento. Será que é uma questão de idade? Será que ela sofre mais do que eu pois perdeu o seu filho e eu perdi meu pai e, portanto, eu estou seguindo a ordem da natureza e assim sofro menos?
Então, que pra mim, meu pai não morreu. Ele é jovem de novo, exatamente da maneira como lembro dele na minha infância: bem magrinho, com cabelos castanhos claros e olhos bem azuis. Com seu nariz pontudo e usando o sueter marrom onde eu costumava entrar e me esconder. Ele está colhendo morangos da nossa horta bem cedinho pela manhã, tentando cortar minhas unhas, me dando banho de mangueira dentro de uma bacia, fazendo musculação com seus pesos na sala da nossa casa escutando Dire Straits, sentado na rede fumando seu cigarro, construindo minha casa de bonecas, tirando minha irmã de cima da estante, pintando a minha mãe no espelho da sala, comprando um quadro psicodélico pra ela no Boulevard para fazer surpresa, consertando o motor do fusca, emendando estensões de fio de telefones para telefonar da cozinha, dando banho na minha irmã dentro de uma panela (o.O)... sendo feliz de novo!!
Um vessel é um corpo que um espírito pode tomar/ocupar ou ainda, traduzido para o português, é um receptáculo. Então. Um receptáculo, ok? Durante todo o tempo em que meu pai esteve no hospital eu podia sentir a presença dele ali, estando ele acordado (óbvio! dããã) ou inconsciente. Pra mim, a essência dele era palpável pra mim e nós sempre tivemos uma certa habilidade de conversar por monossílabos e olhares. Então ele morreu...
E teve o velório. E lá naquele lugar eu não conseguia sentir meu pai, não conseguia me conectar com ele e aquele corpo lá no caixão deixou de ser ele. Assim como seu túmulo no cemitério, eu não sinto absolutamente nada quando vou lá. Mesmo no momento do enterro, que eu achei que iria me chocar muito, não foi o que eu esperava. Ainda falei isso pra minha irmã na hora e ela concordou comigo que ele não estava lá.
Me lembro de chegar em casa após o funeral e pensar: "Uau! Jesus vai ter um baita festa de aniversário amanhã, com meu pai preparando focaccias pra ele". Bem, você pode concordar comigo neste ponto ou não. Mas religião e fé são coisas muito particulares e não é o objetivo deste post discutir o que acontece quando se morre. Mas bem... eu acredito que é isso.
Levei minha vó (mãe do meu pai) ao cemitério ontem e o apego dela com o túmulo e com aquele vessel me deixa enjoada. E eu me irrito em perceber que por mais que eu fale pra ela que ele não está ali ela não muda seu comportamento. Será que é uma questão de idade? Será que ela sofre mais do que eu pois perdeu o seu filho e eu perdi meu pai e, portanto, eu estou seguindo a ordem da natureza e assim sofro menos?
Então, que pra mim, meu pai não morreu. Ele é jovem de novo, exatamente da maneira como lembro dele na minha infância: bem magrinho, com cabelos castanhos claros e olhos bem azuis. Com seu nariz pontudo e usando o sueter marrom onde eu costumava entrar e me esconder. Ele está colhendo morangos da nossa horta bem cedinho pela manhã, tentando cortar minhas unhas, me dando banho de mangueira dentro de uma bacia, fazendo musculação com seus pesos na sala da nossa casa escutando Dire Straits, sentado na rede fumando seu cigarro, construindo minha casa de bonecas, tirando minha irmã de cima da estante, pintando a minha mãe no espelho da sala, comprando um quadro psicodélico pra ela no Boulevard para fazer surpresa, consertando o motor do fusca, emendando estensões de fio de telefones para telefonar da cozinha, dando banho na minha irmã dentro de uma panela (o.O)... sendo feliz de novo!!
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
mil coisas
Eu pensei em mil coisas pra escrever aqui... então eu precisei fazer o almoço e estender roupa no vaaral e minha inspiração foi "pras cucuias". Afazeres domésticos me deixam irritada, não que eu não goste de fazê-los, mas fazê-los por obrigação é que me irrita.
Na maior parte do tempo eu sinto que tem uma multidão dentro de mim. Um milhão de vozes falando ao mesmo tempo e eu não consigo escutar nenhuma delas. É como tentar conversar numa feira livre. E isso também me irrita. E então eu vou ficando agitada e tensa até que não consigo ficar em nenhum lugar, nem ler, nem assistir filmes. Aí me resta rezar e dormir. E estas são duas coisas que tenho feito muito bem.
Me me pego muitas vezes sem um pingo de paciência com as pessoas, mesmo eu tendo prometido à minha mãe que teria paciência com elas (meus avós e minha família). Hoje, foi um parto: escutar minha vó falando pra cunhada dela sobre planos que ela ACHA que eu tenho... sim!!! Porque agora a missão dela é que eu me case! Só que eu não quero mais festa de casamento, nem casamento na igreja, nem nada disso. Na verdade eu quero me casar no cartório e ir pra Nova Iorque, pode ser? Será que no futuro eu vou me arrepender disso?
Pra piorar minha situação eu não consigo nem explicar pras pessoas como eu me sinto e assim elas também não tem como me ajudar. Faz algum sentido isso?
Assinar:
Postagens (Atom)