domingo, 1 de agosto de 2010

minha casa não meu lar

A parte boa de morar com a família aos 28 são algumas vantagens em termos de economia ($$) e algumas regalias domésticas. A parte ruim é o stress que advém de toda a convivência diária. As pessoas se metem na minha vida, se acham no direito de opinar sobre coisas que não lhes dizem respeito, ao sair é um inquérito policial, ao chegar é outro, se compro algo tenho que mostrar, justificar e escutar comentários, minha roupa sempre é alvo do escrutínio e avaliação que vai de moda ao decoro social.
Se eu quero cozinhar alguma coisa nada saíra sem que alguém diga que estou fazendo errado ou porque estou fazendo "daquele jeito". Aparentemente meu guarda-roupa é uma vitrine interessantíssima e meus sapatos provavelmente saem mais do que eu. Não posso corrigir a empregada porque ela não é "minha" empregada. Coisas diferentes que habitam na geladeira são pra "Luna" mas a Luna nem gosta daquilo e faz séculos que a Luna não come pão branco com requeijão ou bolacha recheada. Porque será, então, que essas coisas foram compradas pra mim e mesmo eu não comendo-as elas "somem"?
Amigos: só posso levar na minha casa amigos que sejam previamente aprovados com pedido protocolado em 3 vias, não posso recebê-los na sala ou no meu quarto (pega mal) portanto meus amigos são acolhidos no quintal (quanto "gramú").
Lingerie: só branca ou bege. As pretas são do pecado e são lavadas à noite e deixadas pra secar também a noite com a porta fechada.
Na sua casa domingo é dia de descansar? Aqui é dia de lavar banheiros, lavar roupas, o almoço não pode atrasar, se não tiver sobremesa alguém morre...
Horários: almoço pontualmente 12:00, café da tarde não pode passar das 15h e jantar nunca após as 18h. Se acordar depois das 9 não pode tomar café da manhã na mesa, aliás, a mesa NUNCA deve ser usada sem toalhas, as xícaras não DEVEM ser separadas dos pires e assim vai... loucura infinita.
Qualquer um pode falar alto na porta do meu quarto se eu dei plantão a noite toda e estou descansando mas ai de mim se eu acordar alguém no horário do cochilo da tarde.
Só pra concluir (porque eu poderia passar o domingo inteiro aqui) eu não estou feliz aqui, eu gostaria de me mudar daqui logo e por mais que eu ame minha família eu sei que eles não tem noção nenhuma de respeito ou privacidade ou bom-senso. É triste mas é verdade. Isso faz de mim uma má pessoa?

sábado, 31 de julho de 2010

muito

Não precisa de muito. Um olhar. Uma mensagem. Um e-mail. Um beijo apressado. Não precisa de muito. Entretanto nem sempre é algo fácil de se conseguir. As pessoas se perdem na rotina, na correria, em seus próprios problemas e frustrações. Aí que some o especial, aí que se perde o encanto. São as obrigações que matam o romance e sufocam a espontaneidade. Hora de acordar, hora de dormir, hora de trabalhar, hora de sair, "tenho que fazer...", "temos que ir..." e lá se foi o momento.
São as concessões que se faz. Elas começam pequenas e de repente você só pensa nelas, só lembra delas. E assim se esquece do que se tem e da felicidade que já se conquistou. Acontece que felicidade conquistada não é felicidade garantida. Simples assim. Como eu disse, não precisa de muito.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

das explicações

este aqui vem da necessidade de escrever certas coisas que não cabem no outro blog. Coisas mais específicas, coisas da minha cabeça, coisas mais íntimas.
Por que eu me sinto em pânico? Por que amamos alguém? O que é amor?